Tópicos semelhantes
Relógio
Livro de Visitas
Por favor!. Pique no link abaixo e deixe o seu comentário.
Precisamos da sua ajuda para melhorar os nossos temas.
Obrigado pela sua visita!.
Volte Sempre!.
Visitantes
Pode ler todos os temas mas, se tenciona escrever neste Fórum, terá que efectuar o registro gratuitamente.
Se gosta de conviver,contar as suas histórias,
escrever as suas crónicas,mostrar as suas fotografias,
ensinar quem precisa,aprender com outras pessoas,
passar o seu tempo livre em boa companhia,
este é o local certo.
Ficamos à espera da sua decisão.
Administrador
Stheffa
Últimos assuntos
Coisas do Mar e da Terra -- Santolas, Naufrágio e Figos
Página 1 de 1
Coisas do Mar e da Terra -- Santolas, Naufrágio e Figos
Lembrei-me de trazer agora ao fórum mais uma história vivida por mim e mais três amigos – o António Pedro, o Luís Alberto e o Agostinho Silva -- há mais de 30 anos.
Todos estes companheiros de aventura praticavam caça submarina.
Um dia, o Luís Alberto e o Agostinho Silva propuseram-nos, a mim e ao Pedro, uma pescaria às santolas na praia da Marinha no concelho de Lagoa. Diziam eles que já lá tinham ido e apanhado bastantes crustáceos.
Tratando-se de um excelente marisco -- para mim um dos mais saborosos que o mar dá – aceitámos entusiasmados o convite e organizámos a pescaria.
No dia combinado, que teria que ser a um sábado pois todos nós tínhamos os n/ empregos e horários a cumprir, já no fim do Verão, lá partimos cedo de Portimão com destino à praia da Marinha.
Como era necessário levar o pequeno barco insuflável do Luís Alberto, transportámo-nos em duas viaturas – no velho Sinca Aronde do Luís Alberto seguiam ele e o Agostinho Silva levando também o barco insuflável; eu e o António Pedro seguimos no meu velho Datsum 1200.
Depois de passarmos a vila de Lagoa (na altura ainda não era cidade), e antes da freguesia de Porches, saímos da estrada nacional 125 e entrámos numa via secundária que nos levou até à praia da Marinha.
O mar não estava bom para a pesca e apanha das santolas. Havia alguma vaga de sueste, mar do desagrado dos caçadores submarinos do Algarve porque turva a água anulando a visibilidade e provocando forte ondulação. Única vantagem, trás para a costa algarvia água mais quente vinda dos lados da distante África.
Enchemos o barco de tela com a bomba de ar manual (exercício de aquecimento para toda a rapaziada) e entrámos com alguma dificuldade na água pois a ondulação rebentava razoavelmente na praia. Depois de extenuantes remadelas aproximámo-nos das rochas isoladas na água em cuja base submersa, garantiam os n/ amigos já conhecedores do local, diziam haver muitas santolas. Ainda saltámos para a água, mas não se via um palmo à frente do nariz. Impossível localizar as santolas que, ainda para maior dificuldade, costumam camuflarem-se com algas verdes e castanhas na carapaça só sendo visíveis pelos olhos de pescador experiente. Desistimos da pesca e empreendemos a viagem de regresso à praia, ponto de partida. Entretanto, o mar de sueste piorou aumentando a altura da ondulação. Quase no final do trajecto percorrido, depois de muitas remadas sobre as ondas que agitavam perigosamente o frágil barco, aproximámo-nos da praia. O Luís que ia aos remos (era o “patrão” e dono do barco), manteve a proa do insuflável para fora, virada ao mar, aguardando a periódica redução da ondulação que a vaga de sueste costuma ter. Dizem os marujos experientes do Algarve que após sete ondas (mares) seguidas vem um pequeno período de acalmia. A bordo, os restantes membros da tripulação confiaram no saber náutico do Luís e, por isso, não obstante as sacudidelas do barco, aguardámos despreocupados que ele realizasse a manobra.
Na altura que o n/ remador achou oportuno, este remou fortemente para levar o barco de popa para a praia “ciando”, mas um golpe de mar imprevisto virou a embarcação deitando ao mar todos nós e os respectivos equipamentos – espingardas, óculos, respiradores, barbatanas e sacos de rede. Com a força da rebentação, tudo o que estava a bordo -- homens, equipamento e até o barco e os remos – foi levado velozmente para a praia. Não houve pânico pois estávamos quase em terra, mas houve, sim, muita confusão e ansiedade!
Após alguns minutos de atordoamento, recuperámos a boa disposição e os equipamentos espalhados pela praia.
Nunca antes tínhamos passado por experiência igual…
No regresso a Portimão, seguimos a trás do carro do Luís e do Agostinho.
Ainda perto da praia, passando junto a um pequeno pomar de figueiras, o Pedro pediu-me para parar o carro, pois tinha uma necessidade fisiológica a fazer.
Saiu do carro e dirigiu-se a uma figueira “sovena” que estava junto à estrada. Ao ver os seus suculentos figos de cor acastanhada e raiados de maduros (arreguadinhos como se diz no Algarve) apanhou alguns e começou a comê-los, mesmo debaixo da árvore. Afinal, a necessidade fisiológica era outra…
Entretanto, sem nos termos apercebido, apareceu um camponês que, irritado, perguntou ao Pedro:
-- “ Você veio cá cavá-las, para agora vir comer os figos?”
Naquele tempo ainda cavavam as figueiras, na altura própria, para eliminar as ervas daninhas, oxigenar a terra e facilitar a recolha da folha para o gado).
E continuou dizendo:
-- “ Olhe que eu sou o dono desta fazenda!”
O meu amigo Pedro ouviu o proprietário e perguntou-lhe:
-- “ Como é que eu posso certificar-me que o senhor é o proprietário; trás consigo a escritura?”
O lavrador olhou espantado o Pedro ao mesmo tempo dizendo:
--“E esta hein! Que pouca vergonha!”
O meu amigo, mais conciliador, pôs água na fervura dizendo-lhe:
--“ Diga lá quanto tenho que pagar pelos figos que comi!
Você não quer vender a propriedade?”
Perante esta proposta, o lavrador sorriu afirmando:
-- “Coma os figos que lhe aprouver. Se me fizer uma boa proposta, eu vendo-lhe a fazenda, mas quero alguns milhares de contos de reis.“
Não me recordo o valor exacto pedido pelo homem, mas era muito dinheiro...
Perante a exorbitância pedida pelo pequeno proprietário daquela reduzida parcela de terreno, com meia dúzia de figueiras e algumas oliveiras (estávamos no período de grande procura, por especuladores imobiliários nacionais e estrangeiros, de terrenos agrícolas junto à costa algarvia para construção de moradias), o Pedro respondeu-lhe:
-- “Por esse valor, você deve pagar uma elevada contribuição rural! Tenho que ver isso nas Finanças de Lagoa.
Ao ouvir falar em Finanças (fisco), o lavrador desorientou-se e exclamou:
-- “ Não me desgrace…”
O meu amigo Pedro acrescentou que, por aquele preço, não estava interessado na compra da fazenda e, regressando ao carro, voltou-se sorrindo para o proprietário dizendo-lhe:
-- “Não faça caso amigo, eu estava a brincar consigo, e muito obrigado pelos figos!”
Regressámos a Portimão comentando o desaire da pesca às santolas, da aflição do pobre lavrador ao ouvir falar do fisco, e dos saborosos figos que eu, afinal, não cheguei a provar!
Todos estes companheiros de aventura praticavam caça submarina.
Um dia, o Luís Alberto e o Agostinho Silva propuseram-nos, a mim e ao Pedro, uma pescaria às santolas na praia da Marinha no concelho de Lagoa. Diziam eles que já lá tinham ido e apanhado bastantes crustáceos.
Tratando-se de um excelente marisco -- para mim um dos mais saborosos que o mar dá – aceitámos entusiasmados o convite e organizámos a pescaria.
No dia combinado, que teria que ser a um sábado pois todos nós tínhamos os n/ empregos e horários a cumprir, já no fim do Verão, lá partimos cedo de Portimão com destino à praia da Marinha.
Como era necessário levar o pequeno barco insuflável do Luís Alberto, transportámo-nos em duas viaturas – no velho Sinca Aronde do Luís Alberto seguiam ele e o Agostinho Silva levando também o barco insuflável; eu e o António Pedro seguimos no meu velho Datsum 1200.
Depois de passarmos a vila de Lagoa (na altura ainda não era cidade), e antes da freguesia de Porches, saímos da estrada nacional 125 e entrámos numa via secundária que nos levou até à praia da Marinha.
O mar não estava bom para a pesca e apanha das santolas. Havia alguma vaga de sueste, mar do desagrado dos caçadores submarinos do Algarve porque turva a água anulando a visibilidade e provocando forte ondulação. Única vantagem, trás para a costa algarvia água mais quente vinda dos lados da distante África.
Enchemos o barco de tela com a bomba de ar manual (exercício de aquecimento para toda a rapaziada) e entrámos com alguma dificuldade na água pois a ondulação rebentava razoavelmente na praia. Depois de extenuantes remadelas aproximámo-nos das rochas isoladas na água em cuja base submersa, garantiam os n/ amigos já conhecedores do local, diziam haver muitas santolas. Ainda saltámos para a água, mas não se via um palmo à frente do nariz. Impossível localizar as santolas que, ainda para maior dificuldade, costumam camuflarem-se com algas verdes e castanhas na carapaça só sendo visíveis pelos olhos de pescador experiente. Desistimos da pesca e empreendemos a viagem de regresso à praia, ponto de partida. Entretanto, o mar de sueste piorou aumentando a altura da ondulação. Quase no final do trajecto percorrido, depois de muitas remadas sobre as ondas que agitavam perigosamente o frágil barco, aproximámo-nos da praia. O Luís que ia aos remos (era o “patrão” e dono do barco), manteve a proa do insuflável para fora, virada ao mar, aguardando a periódica redução da ondulação que a vaga de sueste costuma ter. Dizem os marujos experientes do Algarve que após sete ondas (mares) seguidas vem um pequeno período de acalmia. A bordo, os restantes membros da tripulação confiaram no saber náutico do Luís e, por isso, não obstante as sacudidelas do barco, aguardámos despreocupados que ele realizasse a manobra.
Na altura que o n/ remador achou oportuno, este remou fortemente para levar o barco de popa para a praia “ciando”, mas um golpe de mar imprevisto virou a embarcação deitando ao mar todos nós e os respectivos equipamentos – espingardas, óculos, respiradores, barbatanas e sacos de rede. Com a força da rebentação, tudo o que estava a bordo -- homens, equipamento e até o barco e os remos – foi levado velozmente para a praia. Não houve pânico pois estávamos quase em terra, mas houve, sim, muita confusão e ansiedade!
Após alguns minutos de atordoamento, recuperámos a boa disposição e os equipamentos espalhados pela praia.
Nunca antes tínhamos passado por experiência igual…
No regresso a Portimão, seguimos a trás do carro do Luís e do Agostinho.
Ainda perto da praia, passando junto a um pequeno pomar de figueiras, o Pedro pediu-me para parar o carro, pois tinha uma necessidade fisiológica a fazer.
Saiu do carro e dirigiu-se a uma figueira “sovena” que estava junto à estrada. Ao ver os seus suculentos figos de cor acastanhada e raiados de maduros (arreguadinhos como se diz no Algarve) apanhou alguns e começou a comê-los, mesmo debaixo da árvore. Afinal, a necessidade fisiológica era outra…
Entretanto, sem nos termos apercebido, apareceu um camponês que, irritado, perguntou ao Pedro:
-- “ Você veio cá cavá-las, para agora vir comer os figos?”
Naquele tempo ainda cavavam as figueiras, na altura própria, para eliminar as ervas daninhas, oxigenar a terra e facilitar a recolha da folha para o gado).
E continuou dizendo:
-- “ Olhe que eu sou o dono desta fazenda!”
O meu amigo Pedro ouviu o proprietário e perguntou-lhe:
-- “ Como é que eu posso certificar-me que o senhor é o proprietário; trás consigo a escritura?”
O lavrador olhou espantado o Pedro ao mesmo tempo dizendo:
--“E esta hein! Que pouca vergonha!”
O meu amigo, mais conciliador, pôs água na fervura dizendo-lhe:
--“ Diga lá quanto tenho que pagar pelos figos que comi!
Você não quer vender a propriedade?”
Perante esta proposta, o lavrador sorriu afirmando:
-- “Coma os figos que lhe aprouver. Se me fizer uma boa proposta, eu vendo-lhe a fazenda, mas quero alguns milhares de contos de reis.“
Não me recordo o valor exacto pedido pelo homem, mas era muito dinheiro...
Perante a exorbitância pedida pelo pequeno proprietário daquela reduzida parcela de terreno, com meia dúzia de figueiras e algumas oliveiras (estávamos no período de grande procura, por especuladores imobiliários nacionais e estrangeiros, de terrenos agrícolas junto à costa algarvia para construção de moradias), o Pedro respondeu-lhe:
-- “Por esse valor, você deve pagar uma elevada contribuição rural! Tenho que ver isso nas Finanças de Lagoa.
Ao ouvir falar em Finanças (fisco), o lavrador desorientou-se e exclamou:
-- “ Não me desgrace…”
O meu amigo Pedro acrescentou que, por aquele preço, não estava interessado na compra da fazenda e, regressando ao carro, voltou-se sorrindo para o proprietário dizendo-lhe:
-- “Não faça caso amigo, eu estava a brincar consigo, e muito obrigado pelos figos!”
Regressámos a Portimão comentando o desaire da pesca às santolas, da aflição do pobre lavrador ao ouvir falar do fisco, e dos saborosos figos que eu, afinal, não cheguei a provar!
Convidad- Convidado
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Sáb Out 10, 2020 8:53 am por Stheffa
» PÁGINA DE XADREZ
Sex Out 09, 2020 6:35 pm por Stheffa
» REFLEXÕES - CALORIAS
Qua Jan 18, 2012 7:34 pm por amilcar34
» ARVORES QUE NÃO PLANTAMOS
Sex Dez 23, 2011 5:47 pm por amilcar34
» O CALDO VERDE EVITA O CANCRO
Qua Nov 23, 2011 12:45 pm por amilcar34
» Caminheiro
Qui Nov 03, 2011 7:48 pm por lucy19358
» VÁRIAS RECEITAS DE BACALHAU
Dom Out 30, 2011 3:57 pm por Manuel Joaquim Pires
» Versos "SPORTING"
Dom Out 30, 2011 10:18 am por Stheffa
» CARROS ESTACIONADOS AO SOL
Sex Out 28, 2011 9:22 pm por Manuel Joaquim Pires
» O sino da minha freguesia
Qui Out 27, 2011 6:18 pm por lucy19358
» A NOVA CONTRATAÇÃO DO SPORTING 2011/2012
Qua Out 26, 2011 8:43 pm por Stheffa
» A teimosia da névoa
Ter Out 25, 2011 9:52 am por lucy19358
» O ARROZ BRANCO E NEGRO
Seg Out 24, 2011 5:27 pm por jmanacleto
» PARALISIA INFANTIL
Seg Out 24, 2011 11:46 am por madley29
» PRAIA DAS MAÇÃS
Sex Out 21, 2011 9:48 pm por Ana Maria
» CONHEÇAM " A MOLLY "
Sex Out 21, 2011 11:01 am por Stheffa
» Recordando tempos de menino
Qua Out 19, 2011 8:41 pm por Stheffa
» TUDO O QUE VICIA COMEÇA COM "C"
Qua Out 19, 2011 6:38 pm por amilcar34
» PLANETA FEITO DE DIAMANTES
Seg Out 17, 2011 11:20 am por José Rama
» TIO SAM SÍMBOLO NOS E.U.A.
Seg Out 17, 2011 10:54 am por jmanacleto
» Fado "Com ternura e muito amor"
Dom Out 16, 2011 9:32 pm por Stheffa
» JÁ LÁ VEM A ALVORADA
Dom Out 16, 2011 6:23 pm por lucy19358
» A Oliveira, as Azeitonas e o Azeite
Qua Out 12, 2011 10:17 pm por Stheffa
» ESTÁDIOS PARA CATAR 2022
Qua Out 12, 2011 3:52 pm por Stheffa
» JANTAR DE CONFRATERNIZAÇÃO
Seg Out 10, 2011 9:56 pm por amilcar34
» SANTIAGO DO ESCOURAL
Seg Out 10, 2011 8:06 pm por Stheffa
» Mãe natureza
Seg Out 10, 2011 5:31 pm por lucy19358
» O Pâncreas
Seg Out 10, 2011 3:51 pm por madley29
» Steven Paul Jobs
Seg Out 10, 2011 3:07 pm por Stheffa
» Os meus versos de menino
Sáb Out 08, 2011 8:39 pm por Stheffa
» Acordeonista
Sáb Out 08, 2011 10:51 am por Stheffa
» Queda de Rochas nas Praias
Qui Out 06, 2011 9:44 pm por Ana Maria
» O Medronheiro
Qui Out 06, 2011 8:52 pm por José Rama
» Recordando Amália Rodrigues
Qui Out 06, 2011 5:15 pm por madley29
» Lev Yachine
Qui Out 06, 2011 4:39 pm por jmanacleto
» Rosa dos Ventos
Qua Out 05, 2011 9:52 pm por Stheffa
» Marinheiro
Ter Out 04, 2011 6:23 pm por Stheffa
» CONSELHOS ÚTEIS
Seg Out 03, 2011 7:44 am por John Cesarine
» BOA DIETA FRANCESA
Seg Set 26, 2011 8:59 pm por amilcar34
» FRUTAS NA SAUDE CONFORME TABELA!!!
Dom Set 25, 2011 5:21 pm por amilcar34
» INTERPRETANDO A POESIA DE CAMÕES
Qui Set 08, 2011 9:14 pm por amilcar34
» Sporting Clube dos Sportinguistas
Sex Set 02, 2011 4:01 pm por Stheffa
» O meu pequeno jardim
Ter Ago 30, 2011 5:06 pm por lucy19358
» A Ilha da Culatra
Seg Ago 22, 2011 7:43 am por Stheffa
» VALORIZAÇÃO DAS FRUTAS
Qui Ago 18, 2011 8:26 pm por amilcar34
» Televisão Digital Terrestre
Seg Ago 15, 2011 8:31 am por Stheffa
» PARA REFLETIR
Sáb Ago 06, 2011 5:25 pm por amilcar34
» O QUE É EXPERIÊNCIA???...INTERESSANTE
Sáb Jul 23, 2011 5:40 pm por amilcar34
» PARA RIR A BOM RIR...
Sáb Jul 23, 2011 5:20 pm por amilcar34
» HOMENS SEGUNDO FERNANDA MONTENEGRO
Sex Jul 15, 2011 7:41 pm por amilcar34