Tópicos semelhantes
Relógio
Livro de Visitas
Por favor!. Pique no link abaixo e deixe o seu comentário.
Precisamos da sua ajuda para melhorar os nossos temas.
Obrigado pela sua visita!.
Volte Sempre!.
Visitantes
Pode ler todos os temas mas, se tenciona escrever neste Fórum, terá que efectuar o registro gratuitamente.
Se gosta de conviver,contar as suas histórias,
escrever as suas crónicas,mostrar as suas fotografias,
ensinar quem precisa,aprender com outras pessoas,
passar o seu tempo livre em boa companhia,
este é o local certo.
Ficamos à espera da sua decisão.
Administrador
Stheffa
Últimos assuntos
Coisas do mar – Corvina gigante e alfaquete infeliz
Página 1 de 1
Coisas do mar – Corvina gigante e alfaquete infeliz
Voltando às recordações dos bons velhos tempos, aqui vai mais uma evocação de agradáveis momentos passados à beira-mar.
No tempo em que a caça submarina era ainda pouco praticada no Algarve, um grupo restrito de seus praticantes e amigos em gozo de férias, no Verão, reunia-se para pescar no extremo do molhe de protecção da barra do rio Arade ao lado da Praia da Rocha (Portimão).
Eram: o Sousa (o narrador da história), o Pedro, o saudoso Rodrigo e o Raminhos.
Todos eles muito amadores na actividade submarina nessa altura, embora nenhum tenha, depois, se tornado profissional, tínham rudimentar equipamento e ninguém usava fato isotérmico. Mesmo com a água do mar a 20 e tal graus, ficávamos enregelados quando a permanência dentro de água ia para além de algum tempo (30 ou mais minutos).
Portanto, depois de “épicas” perseguições com ou sem êxito, por entre as grandes pedras submersas e de protecção do quebra-mar da barra, aos acossados pequenos e médios sargos, tainhas e robalos que tinham a desdita de por ali andarem a tratar da vida, ficando, por vezes sem ela, tínhamos de sair da água para fazermos o reaquecimento.
Estendíamo-nos ao comprido sobre os grandes paralelepipédicos blocos de cimento da parte superior do molhe que, aquecidos durante o dia pela forte radiação solar do Verão algarvio, funcionavam para nós como acumuladores do calor que nós necessitávamos.
Portanto, a rapaziada recuperava assim as Kcalorias que antes tinha perdido na água do mar. Durante esse longo período de reaquecimento, a colónia de “lagartos” ao Sol, divertia-se informando a comunidade das suas peripécias vividas na caça submarina, alguns “cigarreando” ou “cachimbando” (actividade esta pouco recomendável para quem necessitava ter bons pulmões).
Nessas tertúlias algumas narrativas exageradas, pouco plausíveis, arrancavam sorrisos compreensíveis dos presentes e ouvia-se, por vezes, comentários que bem dispunham a comunidade.
Numa das sessões de aquecimento, lembro-me de ter falado de um meu encontro surpreendente com uma “enorme” corvina que avistei no fundo marinho andando eu caçando no extremo do molhe. Dissera eu:
-- “Calculem que, há tempos, depois de andar a perseguir pequenos sargos junto das pedras submersas, olhando para o fundo (a água estava um pouco turva) vejo um corpo escuro “enorme” parado com aspecto de peixe! Não se mexia. Enchi os pulmões de ar e mergulhei com a espingarda apontada ao corpo escuro, aproximei-me e, para surpresa minha, ele mexeu-se lentamente ! Era mesmo peixe. Sem hesitar e por que o ar já estava a faltar-me, apontei-lhe o arpão e disparei quase à queima-roupa. O animal sentindo o ferro penetrar no dorso, agitou fortemente a cauda e arrancou comigo a reboque! Vivi momentos de pânico pois estava no limite da apneia (precisava desesperadamente respirar) e só tinha uma hipótese para subir à superfície: largar a minha velha e estimável espingarda e deixá-la ir que nem farpa espetada em touro bravo. Olhando eu, aflito, para o espelho da superfície da água ainda a algumas dezenas de centímetros, e começando a afrouxar a mão que segurava o punho da espingarda para a largar, senti que esta deixara de me puxar para baixo. Finalmente, subi para respirar e ainda com a espingarda na mão!
Felizmente, naquela altura ainda pescava com um pesado arpão tridente (hardware elementar de principiantes) e as suas barbelas soltaram-se da escamosa pele do peixe aonde pouco penetrara.
Contada a história, todos concordaram que devia ser corvina, pois tinham apanhado, havia pouco tempo, uma com mais de 20 Kg na Praia dos Caneiros no lado de Ferragudo.
O amigo Rodrigo, que durante a minha narrativa, fumava placidamente o seu volumoso cachimbo inglês limitando-se a alguns “oh” de admiração entre duas cachimbadas, disse a seguir, depois de ter apagado a “caldeira”:
-- “ Ainda ontem, estive aqui no molhe sozinho e, na água, encontrei-me com um enorme alfaquete do tamanho da minha perna!”
E dizendo isto, o amigo Rodrigo jogou a mão a uma das suas grandes pernas (ele era alto).
Prosseguiu acrescentando:
-- “ Pus a espingarda a jeito e disparei ao alfaquete! Bolas, o arpão bateu no bicho mas não fisgou...”
O amigo Pedro, corroborando este encontro do amigo Rodrigo com o saboroso peixe, adiantou:
--“Hoje de manhã também andei por aqui caçando. Fiquei espantado e condoído ao ver, nadando com muita dificuldade, quase coxeando, um grande alfaquete com ligaduras no corpo e pensos rápidos na cabeça...”
Houve risada geral e o saudoso Rodrigo (já falecido) dando uma palmada carinhosa nas costas do amigo Pedro disse:
--“Este malandro está-me a dar música…”
Confesso que nos muitos anos que pesquei naquele local, nunca lá vi um alfaquete...
Saudosos e fantasiosos tempos, BOM AMIGOS!
No tempo em que a caça submarina era ainda pouco praticada no Algarve, um grupo restrito de seus praticantes e amigos em gozo de férias, no Verão, reunia-se para pescar no extremo do molhe de protecção da barra do rio Arade ao lado da Praia da Rocha (Portimão).
Eram: o Sousa (o narrador da história), o Pedro, o saudoso Rodrigo e o Raminhos.
Todos eles muito amadores na actividade submarina nessa altura, embora nenhum tenha, depois, se tornado profissional, tínham rudimentar equipamento e ninguém usava fato isotérmico. Mesmo com a água do mar a 20 e tal graus, ficávamos enregelados quando a permanência dentro de água ia para além de algum tempo (30 ou mais minutos).
Portanto, depois de “épicas” perseguições com ou sem êxito, por entre as grandes pedras submersas e de protecção do quebra-mar da barra, aos acossados pequenos e médios sargos, tainhas e robalos que tinham a desdita de por ali andarem a tratar da vida, ficando, por vezes sem ela, tínhamos de sair da água para fazermos o reaquecimento.
Estendíamo-nos ao comprido sobre os grandes paralelepipédicos blocos de cimento da parte superior do molhe que, aquecidos durante o dia pela forte radiação solar do Verão algarvio, funcionavam para nós como acumuladores do calor que nós necessitávamos.
Portanto, a rapaziada recuperava assim as Kcalorias que antes tinha perdido na água do mar. Durante esse longo período de reaquecimento, a colónia de “lagartos” ao Sol, divertia-se informando a comunidade das suas peripécias vividas na caça submarina, alguns “cigarreando” ou “cachimbando” (actividade esta pouco recomendável para quem necessitava ter bons pulmões).
Nessas tertúlias algumas narrativas exageradas, pouco plausíveis, arrancavam sorrisos compreensíveis dos presentes e ouvia-se, por vezes, comentários que bem dispunham a comunidade.
Numa das sessões de aquecimento, lembro-me de ter falado de um meu encontro surpreendente com uma “enorme” corvina que avistei no fundo marinho andando eu caçando no extremo do molhe. Dissera eu:
-- “Calculem que, há tempos, depois de andar a perseguir pequenos sargos junto das pedras submersas, olhando para o fundo (a água estava um pouco turva) vejo um corpo escuro “enorme” parado com aspecto de peixe! Não se mexia. Enchi os pulmões de ar e mergulhei com a espingarda apontada ao corpo escuro, aproximei-me e, para surpresa minha, ele mexeu-se lentamente ! Era mesmo peixe. Sem hesitar e por que o ar já estava a faltar-me, apontei-lhe o arpão e disparei quase à queima-roupa. O animal sentindo o ferro penetrar no dorso, agitou fortemente a cauda e arrancou comigo a reboque! Vivi momentos de pânico pois estava no limite da apneia (precisava desesperadamente respirar) e só tinha uma hipótese para subir à superfície: largar a minha velha e estimável espingarda e deixá-la ir que nem farpa espetada em touro bravo. Olhando eu, aflito, para o espelho da superfície da água ainda a algumas dezenas de centímetros, e começando a afrouxar a mão que segurava o punho da espingarda para a largar, senti que esta deixara de me puxar para baixo. Finalmente, subi para respirar e ainda com a espingarda na mão!
Felizmente, naquela altura ainda pescava com um pesado arpão tridente (hardware elementar de principiantes) e as suas barbelas soltaram-se da escamosa pele do peixe aonde pouco penetrara.
Contada a história, todos concordaram que devia ser corvina, pois tinham apanhado, havia pouco tempo, uma com mais de 20 Kg na Praia dos Caneiros no lado de Ferragudo.
O amigo Rodrigo, que durante a minha narrativa, fumava placidamente o seu volumoso cachimbo inglês limitando-se a alguns “oh” de admiração entre duas cachimbadas, disse a seguir, depois de ter apagado a “caldeira”:
-- “ Ainda ontem, estive aqui no molhe sozinho e, na água, encontrei-me com um enorme alfaquete do tamanho da minha perna!”
E dizendo isto, o amigo Rodrigo jogou a mão a uma das suas grandes pernas (ele era alto).
Prosseguiu acrescentando:
-- “ Pus a espingarda a jeito e disparei ao alfaquete! Bolas, o arpão bateu no bicho mas não fisgou...”
O amigo Pedro, corroborando este encontro do amigo Rodrigo com o saboroso peixe, adiantou:
--“Hoje de manhã também andei por aqui caçando. Fiquei espantado e condoído ao ver, nadando com muita dificuldade, quase coxeando, um grande alfaquete com ligaduras no corpo e pensos rápidos na cabeça...”
Houve risada geral e o saudoso Rodrigo (já falecido) dando uma palmada carinhosa nas costas do amigo Pedro disse:
--“Este malandro está-me a dar música…”
Confesso que nos muitos anos que pesquei naquele local, nunca lá vi um alfaquete...
Saudosos e fantasiosos tempos, BOM AMIGOS!
Convidad- Convidado
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Sáb Out 10, 2020 8:53 am por Stheffa
» PÁGINA DE XADREZ
Sex Out 09, 2020 6:35 pm por Stheffa
» REFLEXÕES - CALORIAS
Qua Jan 18, 2012 7:34 pm por amilcar34
» ARVORES QUE NÃO PLANTAMOS
Sex Dez 23, 2011 5:47 pm por amilcar34
» O CALDO VERDE EVITA O CANCRO
Qua Nov 23, 2011 12:45 pm por amilcar34
» Caminheiro
Qui Nov 03, 2011 7:48 pm por lucy19358
» VÁRIAS RECEITAS DE BACALHAU
Dom Out 30, 2011 3:57 pm por Manuel Joaquim Pires
» Versos "SPORTING"
Dom Out 30, 2011 10:18 am por Stheffa
» CARROS ESTACIONADOS AO SOL
Sex Out 28, 2011 9:22 pm por Manuel Joaquim Pires
» O sino da minha freguesia
Qui Out 27, 2011 6:18 pm por lucy19358
» A NOVA CONTRATAÇÃO DO SPORTING 2011/2012
Qua Out 26, 2011 8:43 pm por Stheffa
» A teimosia da névoa
Ter Out 25, 2011 9:52 am por lucy19358
» O ARROZ BRANCO E NEGRO
Seg Out 24, 2011 5:27 pm por jmanacleto
» PARALISIA INFANTIL
Seg Out 24, 2011 11:46 am por madley29
» PRAIA DAS MAÇÃS
Sex Out 21, 2011 9:48 pm por Ana Maria
» CONHEÇAM " A MOLLY "
Sex Out 21, 2011 11:01 am por Stheffa
» Recordando tempos de menino
Qua Out 19, 2011 8:41 pm por Stheffa
» TUDO O QUE VICIA COMEÇA COM "C"
Qua Out 19, 2011 6:38 pm por amilcar34
» PLANETA FEITO DE DIAMANTES
Seg Out 17, 2011 11:20 am por José Rama
» TIO SAM SÍMBOLO NOS E.U.A.
Seg Out 17, 2011 10:54 am por jmanacleto
» Fado "Com ternura e muito amor"
Dom Out 16, 2011 9:32 pm por Stheffa
» JÁ LÁ VEM A ALVORADA
Dom Out 16, 2011 6:23 pm por lucy19358
» A Oliveira, as Azeitonas e o Azeite
Qua Out 12, 2011 10:17 pm por Stheffa
» ESTÁDIOS PARA CATAR 2022
Qua Out 12, 2011 3:52 pm por Stheffa
» JANTAR DE CONFRATERNIZAÇÃO
Seg Out 10, 2011 9:56 pm por amilcar34
» SANTIAGO DO ESCOURAL
Seg Out 10, 2011 8:06 pm por Stheffa
» Mãe natureza
Seg Out 10, 2011 5:31 pm por lucy19358
» O Pâncreas
Seg Out 10, 2011 3:51 pm por madley29
» Steven Paul Jobs
Seg Out 10, 2011 3:07 pm por Stheffa
» Os meus versos de menino
Sáb Out 08, 2011 8:39 pm por Stheffa
» Acordeonista
Sáb Out 08, 2011 10:51 am por Stheffa
» Queda de Rochas nas Praias
Qui Out 06, 2011 9:44 pm por Ana Maria
» O Medronheiro
Qui Out 06, 2011 8:52 pm por José Rama
» Recordando Amália Rodrigues
Qui Out 06, 2011 5:15 pm por madley29
» Lev Yachine
Qui Out 06, 2011 4:39 pm por jmanacleto
» Rosa dos Ventos
Qua Out 05, 2011 9:52 pm por Stheffa
» Marinheiro
Ter Out 04, 2011 6:23 pm por Stheffa
» CONSELHOS ÚTEIS
Seg Out 03, 2011 7:44 am por John Cesarine
» BOA DIETA FRANCESA
Seg Set 26, 2011 8:59 pm por amilcar34
» FRUTAS NA SAUDE CONFORME TABELA!!!
Dom Set 25, 2011 5:21 pm por amilcar34
» INTERPRETANDO A POESIA DE CAMÕES
Qui Set 08, 2011 9:14 pm por amilcar34
» Sporting Clube dos Sportinguistas
Sex Set 02, 2011 4:01 pm por Stheffa
» O meu pequeno jardim
Ter Ago 30, 2011 5:06 pm por lucy19358
» A Ilha da Culatra
Seg Ago 22, 2011 7:43 am por Stheffa
» VALORIZAÇÃO DAS FRUTAS
Qui Ago 18, 2011 8:26 pm por amilcar34
» Televisão Digital Terrestre
Seg Ago 15, 2011 8:31 am por Stheffa
» PARA REFLETIR
Sáb Ago 06, 2011 5:25 pm por amilcar34
» O QUE É EXPERIÊNCIA???...INTERESSANTE
Sáb Jul 23, 2011 5:40 pm por amilcar34
» PARA RIR A BOM RIR...
Sáb Jul 23, 2011 5:20 pm por amilcar34
» HOMENS SEGUNDO FERNANDA MONTENEGRO
Sex Jul 15, 2011 7:41 pm por amilcar34