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Coisas do mar – Perceves, Emoção, Benfica e Amnésia
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Coisas do mar – Perceves, Emoção, Benfica e Amnésia
Num sábado primaveril, nos anos 80 do século passado, eu e o meu amigo Pedro, companheiro de sempre nestas andanças marítimas e já apresentado neste fórum na história do mergulho ao “Vapor da 19”, fomos, mais uma vez, a Sagres para apanhar perceves (marisco muito do n/ agrado e objecto de lautas petisqueiras).
Manhã cedo saímos de Portimão; Sagres fica a algumas dezenas de quilómetros e a hora da maré propícia para a apanha de marisco não espera…
Chegados à zona, já referenciada por nós em visitas de caça submarina anteriores, para a apanha dos “pés de porco”, assim chamam os franceses aos perceves, equipámo-nos para entrarmos na água. Obviamente, não levámos as espingardas de caça submarina pois os perceves vivem colados às rochas e não “fogem” à n/ aproximação. São lindos de se ver, debaixo de água, quando abrem as suas unhas brancas com listas avermelhadas e projectam para o exterior o seu véu esbranquiçado para recolha do plâncton transportado pela água do mar e com que se alimentam.
Equipados com o fato isotérmico (a temperatura da água do mar abaixo dos 18ºC não se suporta por muito tempo sem esse fato de borracha), descemos a alta falésia rochosa e entrámos na água. Nessa altura verificámos que, não muito longe do sítio para onde íamos apanhar os perceves, havia á superfície bóias de outros pescadores submarinos que andavam a caçar. Como não íamos apanhar peixe e não sairíamos de junto da falésia a perturbar esses caçadores submarinos vizinhos, demos início à n/ apanha de marisco. Revezávamo-nos na apanha, umas vezes era eu que segurava no saco de rede para recolha dos perceves arrancados à rocha pelo Pedro utilizando uma faca (punhal de caçador submarino), outras vezes era ele a segurar no saco e eu a apanhar o marisco. Aconteceu que estando eu na fase de depositário do saco e olhando para a rocha submersa à procura dos maiores perceves para o Pedro apanhar, por acção da água do mar e a boa espessura das luvas que calçava, os meus dedos ficaram um pouco insensíveis e, por isso, larguei, sem me aperceber, o saco já pesado com a carga de perceves recolhida. Vendo o Pedro, na altura que se virou para mim para entregar-me mais marisco, o produto do n/ trabalho (o saco), a ir literalmente por água abaixo e a afundar-se rapidamente, mergulhou velozmente atrás dele ainda conseguindo agarrá-lo ( aquela zona onde estávamos era funda). Eu, que de início não me tinha apercebido do que acontecera, olhei para baixo e vejo o Pedro, aflito, a tentar libertar-se duma fenda da rocha onde ficara preso pela cintura nas asperezas do cinto de chumbo – o saco, caprichosamente, por acção do mar desceu para a boca de uma gruta.
Emocionado pela situação do meu companheiro, mergulhei em seu auxílio, mas não foi necessária a minha assistência, pois ele, ao contorcer-se, libertou-se subindo à superfície são e salvo e, ainda, com o saco de perceves na mão...
Continuámos na n/ pescaria e, a certa altura, ouvimos alguém a chamar por nós. Era o cabo-do-mar de Sagres que, à proa de um barco onde estavam mais pessoas, algumas vestidas com fatos de mergulho, nos dizia, a plenos pulmões, e através de um megafone : -- “ Os senhores não sabem que estão numa área aonde se está a realizar um concurso de caça submarina organizado pelo Benfica? Alguns concorrentes já se queixaram ao júri porque a v/ presença aí afugentou o peixe!"
O meu amigo Pedro, rápido na resposta, contra-atacou gritando (não tínhamos megafone):
-- “ Isso são desculpas deles para justificarem o pouco ou nenhum peixe caçado. Se calhar apanharam algum “chibo”! “ (chibo na gíria de caçadores é não apanhar nada).
Retorquiu fazendo esta pergunta o cabo-do-mar : -- "Têm aí as licenças de pesca?"
Resposta n/ com pergunta do Pedro: -- “Então quer que tenhamos as licenças de papel aqui dentro de água?”
O agente da autoridade marítima compreendeu o caricato da situação e despediu-se pedindo: -- “ Quando acabarem a pesca, devem apresentar no posto da capitania de Sagres as v/ licenças.”
Passadas estas dezenas de anos até hoje, não é que nos esquecemos de ir apresentar as licenças que tínhamos deixado no carro!
Manhã cedo saímos de Portimão; Sagres fica a algumas dezenas de quilómetros e a hora da maré propícia para a apanha de marisco não espera…
Chegados à zona, já referenciada por nós em visitas de caça submarina anteriores, para a apanha dos “pés de porco”, assim chamam os franceses aos perceves, equipámo-nos para entrarmos na água. Obviamente, não levámos as espingardas de caça submarina pois os perceves vivem colados às rochas e não “fogem” à n/ aproximação. São lindos de se ver, debaixo de água, quando abrem as suas unhas brancas com listas avermelhadas e projectam para o exterior o seu véu esbranquiçado para recolha do plâncton transportado pela água do mar e com que se alimentam.
Equipados com o fato isotérmico (a temperatura da água do mar abaixo dos 18ºC não se suporta por muito tempo sem esse fato de borracha), descemos a alta falésia rochosa e entrámos na água. Nessa altura verificámos que, não muito longe do sítio para onde íamos apanhar os perceves, havia á superfície bóias de outros pescadores submarinos que andavam a caçar. Como não íamos apanhar peixe e não sairíamos de junto da falésia a perturbar esses caçadores submarinos vizinhos, demos início à n/ apanha de marisco. Revezávamo-nos na apanha, umas vezes era eu que segurava no saco de rede para recolha dos perceves arrancados à rocha pelo Pedro utilizando uma faca (punhal de caçador submarino), outras vezes era ele a segurar no saco e eu a apanhar o marisco. Aconteceu que estando eu na fase de depositário do saco e olhando para a rocha submersa à procura dos maiores perceves para o Pedro apanhar, por acção da água do mar e a boa espessura das luvas que calçava, os meus dedos ficaram um pouco insensíveis e, por isso, larguei, sem me aperceber, o saco já pesado com a carga de perceves recolhida. Vendo o Pedro, na altura que se virou para mim para entregar-me mais marisco, o produto do n/ trabalho (o saco), a ir literalmente por água abaixo e a afundar-se rapidamente, mergulhou velozmente atrás dele ainda conseguindo agarrá-lo ( aquela zona onde estávamos era funda). Eu, que de início não me tinha apercebido do que acontecera, olhei para baixo e vejo o Pedro, aflito, a tentar libertar-se duma fenda da rocha onde ficara preso pela cintura nas asperezas do cinto de chumbo – o saco, caprichosamente, por acção do mar desceu para a boca de uma gruta.
Emocionado pela situação do meu companheiro, mergulhei em seu auxílio, mas não foi necessária a minha assistência, pois ele, ao contorcer-se, libertou-se subindo à superfície são e salvo e, ainda, com o saco de perceves na mão...
Continuámos na n/ pescaria e, a certa altura, ouvimos alguém a chamar por nós. Era o cabo-do-mar de Sagres que, à proa de um barco onde estavam mais pessoas, algumas vestidas com fatos de mergulho, nos dizia, a plenos pulmões, e através de um megafone : -- “ Os senhores não sabem que estão numa área aonde se está a realizar um concurso de caça submarina organizado pelo Benfica? Alguns concorrentes já se queixaram ao júri porque a v/ presença aí afugentou o peixe!"
O meu amigo Pedro, rápido na resposta, contra-atacou gritando (não tínhamos megafone):
-- “ Isso são desculpas deles para justificarem o pouco ou nenhum peixe caçado. Se calhar apanharam algum “chibo”! “ (chibo na gíria de caçadores é não apanhar nada).
Retorquiu fazendo esta pergunta o cabo-do-mar : -- "Têm aí as licenças de pesca?"
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