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Stheffa
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Diamantino Vizeu
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Diamantino Vizeu
Diamantino Vizeu foi o primeiro matador de toiros português.
Tirou a alternativa em Barcelona no dia 23 de Março de 1947.
Foi seu padrinho de alternativa Gitanillo de Triana.
Diamanino Vizeu e Manuel dos Santos disputaram uma rivalidade única no panorama taurino nacional, em que as paixões se expressavam dentro e fora das Praças.
Diamantinistas e Santistas radicalizavam posições, mas a verdade é que as Praças de Toiros se enchiam sempre que actuavam juntos e foi sem dúvida a época de oiro do toureio apeado em Portugal.
A história da determinação e dos factos incríveis e singulares da vida de Diamanino Vizeu e da concretização do seu sonho de ser matador de toiros, foram por ele narrados num magnífico livro, “Memórias de um toureiro”.
O seu início de carreira tem características completamente distintas e invulgares, revelando uma personalidade de elevada estatura, em que sobressai a determinação e a coragem.
Este início de carreira veio a alterar profundamente as mentalidades nacionais e provocaram uma verdadeira revolução no panorama tauromáquico nacional.
Sintetizemos alguns aspectos inéditos e extraordinários da sua carreira:
Diamantino, só aos 18 anos de idade toma consciência da sua vocação, através da influência de um amigo, que mais tarde foi sempre o seu peão de brega de confiança, Rogério Valgote. Alimentou este sonho de ser toureiro através da visualização do filme «Sangue na Arena», que viu por 14 vezes.
Iniciou a sua tentativa na escola de toureio do Campo Pequeno, mas rapidamente concluiu que continuando ali apenas lhe seria possível a aspiração longínqua de vir ser bandarilheiro.
As primeiras vezes que se colocou perante uma rês brava foi na Feira Popular, com vacas corridas que eram largadas numa praça desmontável para brincadeiras populares, no ano de 1943.
Queria ser matador e através de contactos feitos por aquele que viria a ser o seu empresário, a quem chamavam Punteret, foi para Sevilha aprender a tourear.
Em Sevilha não conseguiu nunca chegar a tourear sequer uma novilha pura.
Rumou então para Madrid, onde para além dos treinos de salão também nunca conseguiu que lhe facultassem a presença numa simples tenta.
As despesas destas deslocações foram pagas em grande parte pela venda dos direitos de autor de um livro sobre a Mocidade Portuguesa, que Diamantino tinha escrito.
Em Sevilha e também em Madrid, viu grandes faenas daquele que era o seu ídolo de toureiro, Manolete.
Estas faenas devem-no ter marcado muito e quem teve o privilégio de ver Diamantino tourear percebe bem porquê.
Ele tentava assumir a mesma serenidade e frieza do carismático toureiro de Córdoba.
Diamantino aceita tourear a sua primeira novilhada em Toledo, sem nunca ter experimentado sequer a sensação de dar um muletazo numa novilha pura.
A sua apresentação em Portugal, acontece em Santarém na Praça de S. Domingos, perante um toiro de Andrade & Irmão e veio na sequência das noticias da sua apresentação em Toledo.
Nesse ano apenas conseguiu tourear mais uma novilhada na mesma praça de Toledo.
A sua apresentação em Santarém teve uma circunstancia caricata, pois Diamantino que já era novilheiro encartado em Espanha sofreria uma tentativa de impedimento, uma vez que não havia em Portugal a categoria profissional de novilheiro.
Foi um episódio muito curioso em que o Sindicato dos toureiros foi o principal protagonista, dessa tentativa de impedimento.
No entanto, a sua apresentação fez-se, se bem que trajado de curto, pois estava impedido de vestir de luzes.
É apenas no ano de 1945 que surge a grande oportunidade de Diamantino.
Nessa época tinha toureado apenas duas novilhadas, uma em Plasência e outra em Algeciras, mas Punteret conseguiu inclui-lo numa Corrida em Vila Franca.
É essa corrida em que alternou com Caetano Ordoñez, o Niño de la Palma, que marca definitivamente a sua carreira .
Mais uma vez se tinha apresentado sem ter conseguido tourear qualquer novilha num tentadero, mas dessa corrida saíu em ombros.
Fez-se então um movimento nacional liderado pela revista “Sector 1”, solicitando aos empresários da Maestranza de Sevilha a sua inclusão num cartel.
Este movimento resultou e foi nessa corrida que pela primeira vez um toureiro português corta uma orelha na Maestranza.
Foi a última corrida da Feira da Abril desse ano.
Os Críticos tauromáquicos nacionais que se tinham sempre mantido incrédulos foram unânimes e disseram “ Temos um Toureiro português”
Preparou-se a sua apresentação no Campo Pequeno e foi na sequência das negociações feitas para organizar esse cartel que é introduzido aquele que já tinha a carta profissional de bandarilheiro e que se chamava Manuel dos Santos.
Foi o princípio de época de glória da tauromaquia nacional. Manuel dos Santos que cumpria o serviço militar nessa altura e para o qual estava destinado vir a ser integrado na quadrilha de João Núncio como bandarilheiro, teve assim também a sua oportunidade.
Foi o sonho inovador de Diamantino Vizeu, que lha proporcionou. Foi Diamantino Vizeu que abriu as portas para a profissionalização dos matadores de toiros portugueses .
Ao seu exemplo e tenacidade de homem confiante e lutador, se deve esse serviço de elevado valor cultural e histórico.
Faleceu a 11 de Fevereiro de 2001 vítima de estúpido atropelamento na Av. de Berna, em Lisboa .
Várias romagens se fizeram ao sítio onde Diamantino Vizeu perdeu a vida.Gente anónima que o estimava e que lhe dedicava o maior reconhecimento.
Diamantino Vizeu
Tirou a alternativa em Barcelona no dia 23 de Março de 1947.
Foi seu padrinho de alternativa Gitanillo de Triana.
Diamanino Vizeu e Manuel dos Santos disputaram uma rivalidade única no panorama taurino nacional, em que as paixões se expressavam dentro e fora das Praças.
Diamantinistas e Santistas radicalizavam posições, mas a verdade é que as Praças de Toiros se enchiam sempre que actuavam juntos e foi sem dúvida a época de oiro do toureio apeado em Portugal.
A história da determinação e dos factos incríveis e singulares da vida de Diamanino Vizeu e da concretização do seu sonho de ser matador de toiros, foram por ele narrados num magnífico livro, “Memórias de um toureiro”.
O seu início de carreira tem características completamente distintas e invulgares, revelando uma personalidade de elevada estatura, em que sobressai a determinação e a coragem.
Este início de carreira veio a alterar profundamente as mentalidades nacionais e provocaram uma verdadeira revolução no panorama tauromáquico nacional.
Sintetizemos alguns aspectos inéditos e extraordinários da sua carreira:
Diamantino, só aos 18 anos de idade toma consciência da sua vocação, através da influência de um amigo, que mais tarde foi sempre o seu peão de brega de confiança, Rogério Valgote. Alimentou este sonho de ser toureiro através da visualização do filme «Sangue na Arena», que viu por 14 vezes.
Iniciou a sua tentativa na escola de toureio do Campo Pequeno, mas rapidamente concluiu que continuando ali apenas lhe seria possível a aspiração longínqua de vir ser bandarilheiro.
As primeiras vezes que se colocou perante uma rês brava foi na Feira Popular, com vacas corridas que eram largadas numa praça desmontável para brincadeiras populares, no ano de 1943.
Queria ser matador e através de contactos feitos por aquele que viria a ser o seu empresário, a quem chamavam Punteret, foi para Sevilha aprender a tourear.
Em Sevilha não conseguiu nunca chegar a tourear sequer uma novilha pura.
Rumou então para Madrid, onde para além dos treinos de salão também nunca conseguiu que lhe facultassem a presença numa simples tenta.
As despesas destas deslocações foram pagas em grande parte pela venda dos direitos de autor de um livro sobre a Mocidade Portuguesa, que Diamantino tinha escrito.
Em Sevilha e também em Madrid, viu grandes faenas daquele que era o seu ídolo de toureiro, Manolete.
Estas faenas devem-no ter marcado muito e quem teve o privilégio de ver Diamantino tourear percebe bem porquê.
Ele tentava assumir a mesma serenidade e frieza do carismático toureiro de Córdoba.
Diamantino aceita tourear a sua primeira novilhada em Toledo, sem nunca ter experimentado sequer a sensação de dar um muletazo numa novilha pura.
A sua apresentação em Portugal, acontece em Santarém na Praça de S. Domingos, perante um toiro de Andrade & Irmão e veio na sequência das noticias da sua apresentação em Toledo.
Nesse ano apenas conseguiu tourear mais uma novilhada na mesma praça de Toledo.
A sua apresentação em Santarém teve uma circunstancia caricata, pois Diamantino que já era novilheiro encartado em Espanha sofreria uma tentativa de impedimento, uma vez que não havia em Portugal a categoria profissional de novilheiro.
Foi um episódio muito curioso em que o Sindicato dos toureiros foi o principal protagonista, dessa tentativa de impedimento.
No entanto, a sua apresentação fez-se, se bem que trajado de curto, pois estava impedido de vestir de luzes.
É apenas no ano de 1945 que surge a grande oportunidade de Diamantino.
Nessa época tinha toureado apenas duas novilhadas, uma em Plasência e outra em Algeciras, mas Punteret conseguiu inclui-lo numa Corrida em Vila Franca.
É essa corrida em que alternou com Caetano Ordoñez, o Niño de la Palma, que marca definitivamente a sua carreira .
Mais uma vez se tinha apresentado sem ter conseguido tourear qualquer novilha num tentadero, mas dessa corrida saíu em ombros.
Fez-se então um movimento nacional liderado pela revista “Sector 1”, solicitando aos empresários da Maestranza de Sevilha a sua inclusão num cartel.
Este movimento resultou e foi nessa corrida que pela primeira vez um toureiro português corta uma orelha na Maestranza.
Foi a última corrida da Feira da Abril desse ano.
Os Críticos tauromáquicos nacionais que se tinham sempre mantido incrédulos foram unânimes e disseram “ Temos um Toureiro português”
Preparou-se a sua apresentação no Campo Pequeno e foi na sequência das negociações feitas para organizar esse cartel que é introduzido aquele que já tinha a carta profissional de bandarilheiro e que se chamava Manuel dos Santos.
Foi o princípio de época de glória da tauromaquia nacional. Manuel dos Santos que cumpria o serviço militar nessa altura e para o qual estava destinado vir a ser integrado na quadrilha de João Núncio como bandarilheiro, teve assim também a sua oportunidade.
Foi o sonho inovador de Diamantino Vizeu, que lha proporcionou. Foi Diamantino Vizeu que abriu as portas para a profissionalização dos matadores de toiros portugueses .
Ao seu exemplo e tenacidade de homem confiante e lutador, se deve esse serviço de elevado valor cultural e histórico.
Faleceu a 11 de Fevereiro de 2001 vítima de estúpido atropelamento na Av. de Berna, em Lisboa .
Várias romagens se fizeram ao sítio onde Diamantino Vizeu perdeu a vida.Gente anónima que o estimava e que lhe dedicava o maior reconhecimento.
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José Rama- Mensagens : 12
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