Conhecer melhor a arte de Fotografar (9)

FOTOGRAFIA(9)
A LUZ continua no artigo de hoje a ser distinguida como um dos principais elementos para a boa qualidade da fotografia, pois, o seu próprio nome, também significa LUZ, do grego: (Photos = Luz)...
“Toda e qualquer luz visível, imprime todos os filmes comuns; a invisível imprime os especiais, fabricados especialmente para ela” : como os filmes especiais e a LUZ invisível não nos interessam neste momento, vamos tratar única e exclusivamente da LUZ visível e dos filmes comuns:
A LUZ ilumina o objecto (objeto) em menores ou maiores proporções, de acordo com o material que entra em sua composição. Todo e qualquer material reflete a LUZ incidente, em determinada porcentagem . Segundo se sabe, o material que mais reflete a LUZ que recebe é: -(óxido de magnésio recém depositado)- portanto, a superfície mais branca- reflete 98% da LUZ que recebe. O material mais negro e, portanto, o que menos reflete, reflete somente 1% da LUZ que recebe. É aqui que se requerem os conhecimentos de quem queira expor o material sensível-filme, chapa, etc. – sem o auxílio do fotómetro (fotômetro ). Logicamente que, para se expor correctamente (corretamente) toda e qualquer espécie de emulsão sensível sem o auxílio do fotómetro (fotômetro), o fotógrafo amador ou profissional, deve basear-se na longa experiência e nos conhecimentos da LUZ, da câmara e do filme. Sem se conhecerem profundamente estes três elementos, dificilmente se poderá fazer um trabalho tecnicamente perfeito: 1)- temos a fonte de LUZ. 2)-Temos alguma coisa que recebe a LUZ que vem de qualquer fonte de LUZ. 3) O assunto a ser fotografado recebe a LUZ e reflete-a. 4) A reflexão pode ser grande ou pequena (dependendo do assunto que a reflete e da própria fonte de LUZ). 5) O fotógrafo prepara-se para captar a LUZ reflectida (refletida). 6) Se a reflexão for grande, (fonte de LUZ “potente/ assunto branco”), não precisamos de objectiva (objetiva) muito rápida (luminosa) nem de filme muito sensível, nem de tempo longo de obturação, nem de grande abertura de diafragma . 7) Se a reflexão for pequena por que o assunto é escuro ou a fonte de LUZ é fraca, o fotógrafo pode escolher : a) filme mais rápido (com maior sensibilidade); b)fonte de LUZ mais forte; c) assunto mais claro ou, então, ater-se à velocidade lenta do obturador ou à grande abertura do diafragma. Embora possamos fotografar com qualquer câmara, a qualquer hora, com qualquer luz, em qualquer lugar, a qualidade de luz, do filme e da câmara, podem fazer a diferença da imagem fotográfica: excelente, boa, regular ou má...a luz extremamente fraca, requer sensibilidade de filme alta, ou, longo tempo de exposição, com filme lento, (grão fino) : 64,80,100 (asa/iso), câmara em tripé e propulsor para o disparo; se o assunto a ser fotografado estiver em movimento, é preferível usar-se filme bem rápido, de 400 a 1600 (asa/isso) e o disparo do obturador pode fazer-se com a câmara nas mãos; está claro que nos referimos à escassa luz ambiente sem recorrermos ao disparo com o flash eletónico (eletrônico), cuja luz do relâmpago “congela” qualquer instantâneo.
Depois da qualidade da luz, vem a qualidade da óptica (ótica): objetiva clara: 1.4, 1.2 ou mais. Óptica moderna (lente asférica) sem aberrações, composta por vários elementos. Os filmes de hoje: branco e preto, colorido negativo, colorido positivo (slid), todos são de alta qualidade... entretanto, se for possível, devemos dar preferência aos mais lentos (grão fino) que nos dão (quando corretamente expostos), negativos ou positivos de alta qualidade. Lembro-me muito bem que, quando fotografava com filmes positivos e projetava os slids numa grande tela, ou mesmo na parede branca da sala, tinha imagens enormes provenientes de um positivo (slid) 24x36mm, com qualidade superior; sem se perceber o grão!!! É claro que, quando forem impressas em papel fotográfico (em cores ou preto e branco), também têm que ser tratadas com conhecimentos profundos de impressão... refiro-me à impressão e revelação manual, o que, dificilmente acontece, hoje em dia... a própria revelação dos filmes positivos (slids) que eu comecei a revelar em Marília, no princípio de 1960, precisavam de atenção especial, devido à quantidade de banhos com temperaturas controladas. Para os filme negativos branco e preto, necessitávamos apenas de três banhos, também com temperaturas controladas: revelação, interrupção e fixagem e, depois, a lavagem em água corrente para depois irem para o secador elétrico ou a secagem com a temperatura ambiente, onde não existisse poeira...

Manuel Joaquim Pires....continua.